sexta-feira, 22 de junho de 2012

A Pré-História no Brasil

Uma periodização muito aceita pelos arqueólogos considera os aspectos culturais dos habitantes do Brasil na Pré-História. Representando dois períodos: o Pleistoceno e o Holoceno.
Vale ressaltar que o Brasil não era Brasil na Pré-história, pois apenas após a chegada de Cabral que nosso país foi nomeado dessa forma.
O Pleistoceno correspondem as culturas mais antigas do Brasil. Os seus grupos eram nômades e mais ou menos coesos, formado por um número reduzido de membros. Vivendo em cavernas e abrigos sob rochas no topo de colinas ou próximo a rios. Produziam ferramentas em pedra para abater os animais e retirar sua pele.
Nesse período, o clima era mais frio e seco. A natureza oferecia fauna abundante. Encontrando-se também nessa época a chamada megafauna, composta por grandes animais, como a preguiça-gigante*. essa megafauna era alvo da caça dos homens pré-históricos, contudo em menor grau, pois além da dificuldade na captura, esses animais competiam com os humanos pelos mesmos recursos.
Os fósseis humanos mais antigos já encontrados no Brasil datam no Pleistoceno. Encontrados em uma caverna na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais. E no mesmo local, na década de 1970, foram encontrados ossos e crânio de uma mulher, batizada de Luzia*.
Já o Holoceno divide-se em duas fases: a pré-ceramista e a ceramista. Uma divisão baseada na produção da cerâmica, considerada uma evolução tecnológica muito importante em qualquer cultura.

CARACTERIZANDO AS FASES
Pré-ceramista: Temperaturas quentes com umidade localmente diversificadas. Vegetação em expansão. Na alimentação, os moluscos terrestres ocupam posição determinada, amplia-se a acesso a proteínas vegetais e caça mais reduzida.As culturas estão sendo diversificadas, à proporção que os grupos de caçadores-coletores se adaptar aos recursos locais. A pedra era predominantemente utilizada para fabricar artefatos que englobam ferramentas, armas e objetos de adorno. O uso das peças líticas caracteriza-se no período como múltiplo: cortar, raspar, furar, desbastar, moer, aplainar, serrar e até decorar. A matéria-prima predominante: o sílex, o quartzo e a calcedônia. Duas técnicas foram empregadas em função do uso e do avanço tecnológico: o lascamento e o polimento.Em face da inexistência de artefatos cerâmicos, as culturas nessa fase são classificadas a partir da tipologia lítica. Duas tradições são consagradas notadamente: a UMBU, com datações obtidas no planalto meridional, e a HUMAITÁ, com datações próximas a seis mil anos, típica de áreas com altitude inferior a duzentos metros, ambas identificadas nos estados do sul do Brasil.
Ceramista: A cerâmica tornou-se tonou-se importante para a preservação dos alimentos, a criação de novas técnicas de preparação de alimentos cozidos em panelas. Além disso, passou a ser usada como urna para enterrar os mortos. Uma das maiores culturas agrícola desse período foi a tupi-guarani, mistura de dois povos, os tupinambás e os guaranis. Os tupi-guaranis* se difundiram de uma maneira que até hoje é uma das populações indígenas mais significativas no país.

Preguiça-Gigante
Luzia, a "primeira brasileira"
Tupi-guaranis

sábado, 9 de junho de 2012

História da escravidão é preservada em museu



A história da escravidão no Ceará e o pioneirismo de Redenção em libertar os escravos são lembrados no Museu Senzala do Negro Liberto
Rita Célia Faheina - Enviada a Redenção
Era 1º de janeiro de 1883. Naquele dia chegavam à então Vila Acarape, abolicionistas como Liberato Barroso, Antônio Tibúrcio, Justiniano de Serpa, José do Patrocínio, João Cordeiro para assistir à alforria de 116 escravos do lugarejo. A partir daquele ato, em frente à igreja matriz da localidade, não haveria mais escravos ali e a vila ganhou o nome de Redenção, pioneira em dar fim à escravidão no País. A história é contada para os visitantes do Museu Senzala do Negro Liberto, que fica no sítio Livramento, em Redenção, a 60 quilômetros de Fortaleza. Na área, encontram-se a original casa grande dos senhores do engenho, a senzala, o canavial e o antigo maquinário de fabricar a cachaça Douradinha.
Três guias de turismo e dois voluntários acompanham os visitantes. Neste período de alta estação, visitam o local até cerca de 500 pessoas por semana. A partir do início das aulas, são as escolas que marcam a visita dos estudantes. ''Tem semana que chegam de oito a nove ônibus e, no período letivo, são os tours pedagógicos'', completa a diretora do museu, Valéria Muniz. Ela morou durante 15 anos no Sítio Livramento e decidiu há um ano investir no museu e na manutenção da área histórica. O casarão foi construído no século XVIII. ''Esta é a senzala, local de descanso e de castigo dos escravos. Aqui eles eram chicoteados e, como eram muito altos - tinham cerca de 1,80 metro -, precisavam ficar deitados. Quanto mais rebeldes, mais no fundo ficavam'', explica o guia turístico Paulo Henrique Silva Soares, mostrando um cômodo úmido, mas parecido com um túnel, de teto baixo, com uma única e estreita entrada de ar com grades. No cubículo escuro, segundo o guia, eram colocados cerca de dez escravos que, quando desobedeciam ou se tornavam rebeldes, eram chicoteados e torturados psicologicamente.
Nos pequenos e escuros cubículos da senzala viviam cerca de 100 escravos. Eles eram obrigados a entrar ali às 18 horas e sair às 6 horas. Dormiam no chão, em cima de esteiras de palha. Em cada cômodo, encontram-se os instrumentos de tortura, como as correntes, algemas e gargalheiras. Essas últimas serviam para prender o escravo na parede pelo pescoço. Tinha até para criança e adolescente. ''Eles passavam menos tempo no castigo, mas era como se fosse para mostrar-lhes o que passariam quando fossem adultos'', acrescenta o guia.
Até barulho, conversas eram motivos para eles serem castigados. Muitos ficavam à noite presos em algemas nas paredes, de braços para cima. Na senzala, também foi conservado o tronco onde os negros ficavam imobilizados e apanhavam com chicotes que tinham lâminas de ferro. ''Quando algum tentava fugir, ficava no tronco durante nove noites, quando era chicoteado e depois recebia um banho de água e sal'', diz Paulo Henrique. Ainda na senzala, ele abre uma porta de ferro, sem qualquer abertura, e mostra o quarto escuro onde ''os escravos rebeldes'' ficavam. Mal consegue comportar uma pessoa adulta.
Outro tipo de castigo eram as algemas usadas pelo feitor (administrador da fazenda) para prender os escravos na parede. Eles ficavam de braços para cima, e muitos com os pés sem encostar no chão. ''Tinham muita dificuldade para respirar nessa posição'', completa o guia turístico. A passagem interna da senzala para a casa grande era por dentro do banheiro do senhor do engenho. Era uma porta forte e estreita e paredes muito largas para que os escravos não invadissem o casarão. Na sala da mucama - escrava jovem que era escolhida para auxiliar nos serviços caseiros -, tinha um janelão onde o senhor do engenho apontava a escolhida e uma porta por onde as preferidas entravam para a casa grande.

Visita inclui canavial, casarão e casa do feitor
A visita pelo Museu Senzala do Negro Liberto inclui a casa do feitor, bem mais confortável do que a senzala, e o canavial - 525 hectares de cana-de-açúcar -, onde foram encontradas ossadas humanas. O local foi cercado e denominado de Cemitério Repouso da Liberdade. O visitante conhece ainda o rio Pacoti, responsável pelo povoamento da cidade. Às margens habitavam os índios Tapuio. Há ainda a lojinha de artesanato da região, o atual engenho, em funcionamento na época da safra da cana-de-açúcar, de julho a janeiro, e o casarão que conserva móveis centenários.
Segundo Valéria Muniz, para fundar o museu - o sítio pertence ao cunhado, Hipólito Rodrigues de Paula Filho -, ela contou com a ajuda do historiador Domingos Linheiro e do museólogo André Scalavan. Há mais de um ano, trabalhou no projeto e resgate da história, e há 10 meses, o museu foi aberto ao público. Ela agora espera que o sítio Livramento seja tombado pelo patrimônio estadual. Na área, Valéria pretende criar uma central de artesanato para gerar emprego e renda para as famílias de Redenção. Ela também quer colocar na entrada um recanto para que os turistas possam se deliciar com tapiocas feitas na hora.
De acordo com Hipólito Filho, a cachaça Douradinha, fabricada no sítio Livramento, está sendo exportada para a Alemanha, Itália e Áustria. São produzidos 15 mil litros de cachaça por dia. ''No Ceará, em quase todo município tem a Douradinha no comércio'', completa. Ele também fabrica a cachaça Cearense.
Nas salas do casarão são conservados objetos doados ou dos antigos donos. Um deles é uma peça do século passado que servia para engarrafar a cachaça e colocar a tampa de cortiça. Outras peças históricas são um pilão de pedra e um tabuleiro cristalino pertencente à família de Juvenal de Carvalho, um dos donos do casarão, que era usado para descascar e triturar arroz, milho e café. Existem ainda uma coleção de cédulas antigas da época da abolição e documento de compra e venda de escravos. 

Da França para Redenção
Turistas estrangeiros interessados na História do Brasil fazem questão de conhecer o Museu Senzala do Negro Liberto. É o caso dos estudantes François Clabaut e Virginie Larde. Os dois moram em Boulogne, no sul da França, e estão em Fortaleza passando férias. François cursa Educação Física e Virginie faz curso de Inglês, mas o casal ficou interessado em conhecer museus cearenses e os principais acontecimentos do Estado. ''É bem interessante saber da época da escravidão no Brasil e como os negros foram libertos. É um outro aspecto do País que fico conhecendo'', observa François. Virginie disse que já conhecia alguns fatos históricos brasileiros, inclusive da época da escravatura, mas ficou impressionada em ver os locais onde os negros eram torturados. 
Rosal da Liberdade
Na subida do Maciço de Baturité, Redenção é a primeira cidade, indo pela rodovia CE-060. O trajeto de 60 quilômetros, a partir de Fortaleza, é de cerca de uma hora. Logo na entrada da cidade tem o Monumento da Negra Nua, que marca a libertação dos escravos. Ao lado fica a Fazenda Livramento da Douradinha.
O nome Redenção é para lembrar que a cidade serviu de exemplo como primeiro município brasileiro a libertar os escravos antes da Princesa Isabel assinar a Lei Áurea, que determinava o fim da escravidão no País. Redenção nasceu com o nome de Acarape. Atualmente os dois são municípios vizinhos.
Também conhecida como ''Rosal da Liberdade'', Redenção tem uma população de cerca de 25 mil habitantes e a padroeira é Nossa Senhora da Conceição. A cidade foi criada em 1868, sendo instalada em 21 de julho de 1871. O acesso pode ser feito também pela BR-116 ou pela CE-354.
Além da Fazenda Livramento, guardam recordações do período colonial o Sítio Guassi e a Fazenda Gurguri. Encontram-se intocados mobiliários da época, casas com paredes de meio metro de largura, capela, troncos de amarrar escravos e engenhos de cana-de-açúcar. 

Fonte: http://www.prt7.mpt.gov.br/mpt_na_midia/2005/fevereiro/14_02_05_POVO_historia_escravidao_museu.htm

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A história e o Historiador

A história, antes considerada apenas uma literatura, foi ganhando força ao longo do tempo quando perceberam o quanto ela era importante para a humanidade. Sendo assim, passou a ser considerada uma ciência a partir do século XIX entrando como uma disciplina acadêmica ensinada em escolas e universidades. E modificou também a mentalidade humana ao tornar seu objetivo uma produção de relatos verdadeiros, como fez Heródoto que relatou a guerra entre os gregos e os persas por meio de testemunhas oculares, separando-o dos mitos, fábulas e lendas.
Porém, até meados do século XIX, os sujeitos históricos eram grandes personagens, como imperadores, reis, generais e papas, atribuindo a história aos próprios feitos individuais dessas pessoas.
Essa visão da história foi se modificando no final do século XIX, quando mulheres, operários, pobres e povos colonizados surgiram nesse discurso ao começarem a se rebelar contra a dominação exigindo ser parte da história.
Aqui tenho dois textos que mostram a visão sobre os sujeitos da história. O primeiro foi escrito por Thomas Carlyle (1795 - 1881), escritor inglês, e o segundo por Karl Marx (1818 - 1883).


"A  História  Universal,  a  história  do  que  o  homem completou  no mundo  é,  na  realidade,  a História dos  grandes Homens que  trabalharam na terra.  Eles  foram  os  condutores,  os  modeladores,  os  padrões  e,  num  largo  sentido,  os criadores de  tudo o que a massa geral dos homens procurou  fazer ou atingir. E a alma da História da Humanidade pode ser considerada como sendo a história desses grandes homens"

CARLYLE, Thomas. Os heróis e o culto dos heróis. São Paulo: Cultura Moderna, s/d p. 9.


"Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem como querem, não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado."

MARX, Karl. O 18 Brumário de Luís Bonaparte. São Paulo: Nova Cultura, 1988. p. 7 (Coleção Os pensadores)

Um pouco do começo

Olá meu nome é Isabele Vasconcelos. E em uma bela tarde, estudando meu livro de História, decidi criar um blog para pessoas que gostam de história e querem aprender mais ou até mesmo aqueles que não gostam, mas pretendem entrar um pouco desse mundo para adquirir um pouco mais de conhecimento. Então, não há uma melhor forma de aprender, se não com um grupo de pessoas  compartilhando suas informações e coletando para sua vida a história do nosso mundo.
Enfim, espero que aproveitem e gostem desse blog.